Bob Dylan já encabeçou a lista das 500 maiores músicas e teve uma grande influência na lista das 100 melhores canções dos Beatles. Agora, o cantor também participa da recente edição especial da Rolling Stone Brasil, dessa vez com “Os 100 Maiores Artistas de Todos os Tempos”.
A revista reuniu 55 músicos, jonalistas e executivos do mundo da música para montar a lista dos 100 maiores artistas da música pop. Com um resultado tão eclético quanto óbvio, cada artista selecionado recebeu um texto de famosos como Keith Richards, Flea, Elvis Costello e tantos outros.
O júri
Entre os 55 jurados, alguns tiveram uma relação direta com Bob Dylan. Conheça alguns:
Jackson Browne – músico e compositor, possui um estúdio onde Dylan passou no começo do ano para gravar mais um álbum de inéditas.
Dr. John – além de participar de “The Last Waltz”, seu maior hit “Right Place Wrong Time” teve como faísa inicial uma frase dada por Dylan a ele: “I’m on the right trip, but I’m in the wrong car”.
Bill Flanagan – vice-presidente e diretor editorial da MTV Networks, em 2009 fez uma entrevista exclusiva com Dylan sobre o disco “Together Through Life”.
David Geffen – fundou a Asylum Records (e posteriormente a Geffen). Foi o único a convencer Dylan a sair da Columbia (por um curto período). Bob lançou pela Asylum os álbuns “Planet Waves” e “Before the Flood”.
Mikal Gilmore – jornalista, escreveu o livro “Ponto Final”, com uma série de perfis de personalidades relevantes para os anos 60 (incluindo Bob Dylan, obviamente).
Robert Hilburn – crítico de música do Los Angeles Times, acompanhou Dylan em alguns shows – como no sua primeira apresentação em Israel.
Jerry Wexler – co-produziu junto de Dylan o disco de estréia de Barry Goldberg, além de ter produzido dois álbuns de Bob: “Slow Train Coming” e “Saved”.
O resultado
Bob Dylan conquistou a medalha de prata, perdendo apenas para Os Beatles. Parceiro de Dylan em shows e em alguns discos, o guitarrista Robbie Robertson foi o responsável por escrever sobre o cantor.
Em seu texto, Robertson exalta a interpretação de Dylan, a rapidez nas composições, sua necessidade intuitiva pelo improviso e como Bob deve ser considerado uma referência para qualquer compositor.
O Top 10
Confira o Top 10 dos “100 Maiores Artistas de Todos os Tempos”:
The Beatles
Bob Dylan
Elvis Presley
Rolling Stones
Chuck Berry
Jimi Hendrix
James Brown
Little Richard
Aretha Franklin
Ray Charles
A edição pode ser encontrada nas bancas, tem 122 páginas e custa R$19,90.
No início de dezembro de 1965, Bob Dylan tocaria duas vezes em Berkeley. No dia do seu primeiro show, 03/12, Bob Dylan aceitou chegar antes para uma coletiva de imprensa. Ele estava disposto a conversar sobre o que quisessem e seu único pedido foi sair às 14h para poder ensaiar com sua banda. Esta coletiva foi a única de Bob Dylan televisionada por completo.
Fazia apenas alguns meses que o álbum Highway 61 Revisited, que incluía a revolucionária “Like a Rolling Stone”, estava nas lojas. Nesta época, Bob Dylan experimentava a acidez do público, que frequentemente vaiavam a segunda metade de seus shows, com a participação de sua banda de apoio, futuramente chamada de “The Band”.
Os entrevistadores
Entre as pessoas que participaram da coletiva, alguns jornalistas e outras personalidades marcaram presença. Veja algumas delas:
Jim Marshall – Famoso por suas fotos no mundo da música – que incluem os Beatles, Jimi Hendrix e Johnny Cash -, Marshall fotografou e até fez perguntas durante a coletiva.
Robert Shelton – O jornalista está ligado diretamente ao contrato de Bob com a Columbia. Ele escreveria durante 20 anos uma biografia de Dylan chamada “No Direction Home”.
Jonathan Cott – Jornalista, entrevistaria Dylan para a Rolling Stone e lançaria dois livros sobre Bob: um de fotos e uma compilação de entrevistas.
Allen Ginsberg – O poeta e amigo de Dylan não só estava presente como fez algumas perguntas, entre elas: “Qual foi a coisa mais esquisita que já te aconteceu”. Dylan fugiu da resposta e ainda disse com bom humor: “Eu não faria isso com você”.
Lawrence Ferlinghetti – Poeta de São Francisco, é tido como um das referências de Dylan na forma como escolheu cantar.
Bill Graham – O empresário, que já produziu vários shows de Dylan ao longo dos anos, também fez algumas perguntas e até entregou um cartaz, promovendo um dos shows que organizou.
Veja a coletiva na íntegra:
Some thought on the Dylan press conference
Com o sucesso de “Like a Rolling Stone” e mudança de identificação de Dylan – que antes era tido como o representante do Folk e agora era um dos pilares do rock (junto da Beatlemania e outros), Bob Dylan atraiu também jornalistas de tudo quanto é tipo (e nível).
O blog Recordmecca divulgou uma correspondência de uma “Donna” para Ralph Gleason, organizador desta coletiva de imprensa e que futuramente seria o co-fundador da revista Rolling Stone. Na carta, ela elogia Dylan pelo seu posicionamento, além de criticar a abordagem dos jornalistas, sedentos por respostas que não necessariamente devem ser dadas por um poeta. Além disso, é claro que muitas das pessoas no local não eram minimamente preparadas. Uma estudante, por exemplo, citou uma “revista de cinema” como embasamento para sua pergunta.
A carta é cheia de bons trechos e frases, uma das mais interessantes é:
“Se você não consegue entender vendo, ouvindo e sentindo, então é melhor você simplesmente esquecer.”
Em 2006, a coletiva foi lançada na íntegra no DVD Dylan Speaks.
Para quem quer saber mais, este link traz várias informações interessantes, como as matérias que surgiram a partir deste dia.