Resenha: The Lyrics

The Lyrics

No dia em que Bob completa 53 anos do seu primeiro show em New York, eis que sou contemplado com o compêndio máximo da literatura dylanesca. Maior que uma capa de vinil, quase mil páginas e um peso proporcional à relevância de Dylan: The Lyrics.

O livro, lançado no dia 28 de outubro pela Simon & Schuster, foi editado por Christopher Ricks (acadêmico com publicações sobre Dylan), Lisa Nemrow e Julie Nemrow.

The LyricsThe Lyrics tem 926 páginas e pesa pouco mais de 6kg. Com um formato um pouco maior que uma capa de disco, um dos diferenciais deste livro para as outras compilações líricas de Dylan é a inserção da capa e contracapa de todos os discos, incluindo os textos originais (algo similar ao Box of Vision).

As letras são distribuídas em ordem cronológica de lançamento, mas também foram incluídas canções nunca lançadas oficialmente. Na introdução, Ricks deixa claro três pontos importantes: primeiro que as letras contemplam todos os discos, desde 1962; segundo que a publicação oferece variações cantadas por Dylan ao longo dos anos (inexistente em compilações anteriores); e terceiro que as estrofes e versos são diagramados tendo como base a forma como Bob cantou.

Outro detalhe bem relevante: as letras de Tempest, último disco de inéditas de Dylan até o momento, foram transcritas e passaram pela aprovação de Bob (nem no site oficial existe a letra). Isto significa que é a primeira vez que podemos ter certeza do que é cantado em Tempest.

Conclusão

Writings & Drawings (1973) e The Lyrics (2014)
Writings & Drawings (1973) e The Lyrics (2014)

The Lyrics é um compilado relevante e necessário para qualquer fã dylanesco. Entre o primeiro livro com letras, intitulado Writings & Drawings (com dedicatória e ilustrações de Bob), até esta última publicação, Bob Dylan se afastou da tarefa, mas deixou a cargo de pessoas competentes. The Lyrics consegue respeitar não só o legado do artista com também parte da sede por conhecimento e referência de seus fãs.

Apesar de imponente e belíssimo, o tamanho do livro dificulta seu uso. Outro ponto fraco, ao meu ver, é o papel manteiga que cobre a capa. A ideia é boa e bela, mas fica óbvio a iminência de rasgos e amassados.

Mas isso não diminui o exímio e meticuloso trabalho.

Abaixo, algumas fotos (em baixa qualidade) das páginas.

IMG_0788

IMG_0789