O fraseado poético de Dylan

Ao longo de sua carreira, Bob Dylan desenvolvou diversos timbres na sua voz e fraseados distintos. No começo, antes mesmo de gravar seu primeiro álbum, amigos dizem que sua voz era doce, similar ao que ele faria nos álbuns do final da década de 60 (Nashville Skyline e Self Portrait, dos anos 70, por exemplo).

Um desses estilos foi o que Dylan usou nos seus primeiros álbuns. Seu modo de cantar era mais estruturado na letra do que na melodia. A música servia quase como uma trilha sonora para o conteúdo que Bob queria passar.

Em uma ótima reportagem de 1985 do jornalista Bob Brown, Dylan explicou como desenvolveu seu fraseado. No bairro novaiorquino de Greenwich Village, os Cafes onde os músicos folks se apresentavam eram também visitados e utilizados por poetas beats. Eles recitavam poesia e havia uma atmosfera artística tão rica que a troca era inevitável (ou, como Bob descreveu na música Tangled Up in Blue, “a revolução estava no ar”).

O vídeo da entrevista foi excluído da internet, mas aqui está a descrição completa e abaixo, um exemplo do fraseado de um dos poetas da época, Lawrence Ferlinghetti, durante o concerto “The Last Waltz” do grupo The Band, em que Bob Dylan também participou.

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