Para comemorar os 10 meses de idade e a casa nova, uma retrospectiva através dos 10 posts que julguei interessante. Para não enlouquecer, deixei em ordem cronológica de publicação.
1 – Trovadorismo Dylanesco (ou visões sobre Medgar Evers) – A partir de uma comparação entre as abordagens de Phil Ochs e Bob Dylan para o mesmo tema, o post mostra como Dylan eternizou através da linguagem poética tanto sua música quanto um retrato da sociedade americana da década de 60.
2 – A Hard Rain’s A-Gonna Fall (ou a descrição do medo e a discrição do terror) – Uma análise e contextualização de uma das canções mais ricas e emblemáticas de Dylan. Na época eu estava lendo a biografia escrita pelo Anthony Scaduto, que recomendo bastante.
3 – Ladies and gentlemen please welcome… – Relendo hoje, eu mudaria a “explicação” que utiliza Tom Zé como embasamento. Porém, ainda acho curioso saber a fonte da estranha introdução que Bob Dylan usa até hoje em seus shows.
4 – Dois melodramas em uma melodia – Além de dividirem a mesma melodia, Boots of spanish leather e Girl from north country bebem da mesma fonte lírica. Porém, cada canção empresou uma característica da letra original.
5 – Luz na iminente escuridão – Not dark yet é uma das minhas canções favoritas de Dylan. E ela só mostra o quanto Bob não é um artista datado, que se refere apenas aos anos 60. Muitas das suas últimas músicas mostram um compositor tão bom quanto antes. Mas agora ele tem a experiência a seu favor.
6 – Dueto inesperado – O registro deste dueto é imensurável. Mas como eu queria estar lá para ver Swiss Liz cantando junto com um Bob Dylan chaplinesco, enquanto o segurança não sabe o que fazer. Tudo isso com a platéia respondendo de maneira catártica.
7 – It ain’t me, babe – A recusa de Dylan – Uma abordagem menos óbvia sobre uma canção que aparentemente é “anti-mocinho”, mas que pode receber uma nova interpretação depois de levar em consideração afirmações e documentos de Bob.
8 – Os tolos e suas regras – Quando Bob Dylan se apresentou pela primeira vez na China, no começo do ano, muitas pessoas acharam que era obrigação um posicionamento em relação à política chinesa e à prisão de Weiwei. E Dylan se manteve fiel a si mesmo.
9 – No Direction Home, de Robert Shelton – Apesar de conter erros graves de revisão, o lançamento no Brasil desta biografia é um marco pois se trata de um livro essencial na biblioteca dylanesca e por ser basicamente a segunda biografia lançada em português sobre Dylan.
10 – Masters of War (ou Dylan sabor cítrico) – Esta é uma das canções mais agressivas e diretas de Bob. Quase não se vê poesia, apenas questionamentos revoltados em relação a uma problemática que se estende até os dias de hoje, quase 50 anos depois.
Bônus!
A origem do Farm Aid (ou Pedido de Dylan é uma ordem) – Um fato que soa hilário, mas que mostra o potencial profético que Dylan sempre teve. Mesmo que através de um comentário polêmico e desnecessário no contexto.
A relação esfumaçada entre Dylan e os Beatles – Tentei um tom que me arrependo, mas este encontro foi tão histórico que preciso destacá-lo. Imaginar o que seria dos Beatles sem a maconha é repensar praticamente toda a história dos anos 70 e a psicodelia.
O Folk Rock (ou Cavalo de Tróia em Newport) – Bob Dylan não tinha noção tanto da polêmica quanto do marco que seria sua apresentação elétrica no Newport Folk Festival. Enquanto muitos o rotularam como porta-voz, ele queria apenas botar pra fora os sons que tinha na cabeça.
Muito bom seu blog.
De um velho dylanista a outro, lhe deixo minha frase de Dylan favorita nos últimos tempos;
“Serve God and be cheerful/look upward beyond/
Beyond the darkness of masks/the surprises of dawn,,,”
Saudacoes,
Lucas
Muito obrigado pelo elogio, Lucas!!
É impossível escolher a melhor frase. Também faço dessa maneira: a melhor dos últimos tempos.
Ultimamente estou com Not Dark Yet na cabeça:
“Well my sense of humanity is going down the drain
Behind every beautiful thing, there’s been some kind of pain”