Como minuciosamente demonstrado por Olof Björner, o ano de 1995 se mostrou um dos mais atarefados para Bob Dylan. Em toda sua carreira, foi o segundo ano com mais shows, 116, perdendo apenas para 1999, com 119 apresentações.
Bob viu muita coisa acontecendo além dos seus shows regulares. Em 1995, lançou seu MTV Unplugged, recebeu o Grammy de melhor disco de folk tradicional por World Gone Wrong, apresentou-se no evento em homenagem a Frank Sinatra e tocou na inauguração do Rock and Roll Hall of Fame Museum.
A edição de 95 da sua Never Ending Tour deveria começar no dia 10 de março, mas uma forte gripe o obrigou a cancelar seu show pela primeira vez desde 1974. No dia seguinte, subiu ao palco para iniciar uma série de 26 apresentações em 31 dias. O ano estava apenas começando.
A primeira apresentação, em 11 de março, foi mantida e ocorreu em Praga, República Checa. Pouco antes de subir ao palco, Bob decidiu fazer quase todo o show sem empunhar guitarra ou violão. Nas mãos, apenas microfone e gaita. Esse perfil “crooner” de Dylan se extenderia por mais shows ao longo do ano.
Abaixo, o repertório e o vídeo com o show completo:
- Crash On The Levee (Down In The Flood)
- If Not For You
- All Along The Watchtower
- Just Like A Woman
- Tangled Up In Blue
- Watching The River Flow (Bob na guitarra)
- Mr. Tambourine Man
- Boots Of Spanish Leather
- It’s All Over Now, Baby Blue
- Man In The Long Black Coat
- God Knows (Bob na guitarra)
- Maggie’s Farm
- Shelter From The Storm
- It Ain’t Me, Babe (Bob no violão)
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Como muitos guitarristas, Bob não demonstra tanta desenvoltura com o microfone. Porém, é interessante ve-lo se concentrar apenas na voz e fazer alguns gestos com as mãos. Principalmente em músicas mais intimistas, Bob faz uma interpretação intensa e melancólicamente bela.
Atualmente, ele voltou a se apresentar no meio do palco sem guitarra ou violão. Para “dificultar”, canta em um microfone enquanto segura outro microfone apenas para seus solos de gaita. Em canções como Ballad of a Thin Man, sua interpretação é sombria, divertida e intensa ao mesmo tempo. E ele mostra muito mais desenvoltura que antes, com interessantes passos bizarros e semi-coreografias com o corpo e as mãos.
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