Em novembro de 2013, tivemos as primeiras informações sobre o projeto liderado pelo produtor T-Bone Burnett para completar e gravar letras inéditas de Bob Dylan recentemente descobertas. Agora temos mais informações.
O projeto mudou seu nome para Lost In The River: The New Basement Tapes e foram divulgados os músicos participantes, além de Burnett: Elvis Costello, Rhiannon Giddens (Carolina Chocolate Drops) Taylor Goldsmith (Dawes), Jim James (My Morning Jacket) e Marcus Mumford (Mumford & Sons). Todos cantarão e completarão as letras não finalizadas de Dylan.
Bob não se envolveu no projeto, mas deu aval para Burnett usar suas letras. Além do disco, haverá um documentário com cenas do processo de produção do álbum.
Como bem lembrou o L.A. Times, é impossível não fazer um paralelo com The Lost Notebooks – projeto liderado por Dylan com o mesmo perfil: completar e gravar letras inéditas de Hank Williams. A diferença, contudo, é que no caso de Lost In The River, todas as músicas serão gravadas por um grupo fixo.
Não há uma data definida para o lançamento, mas sabe-se que ocorrerá apenas no final do ano.
Conexões dylanescas
A escolha dos participantes não parece ter sido a toa. Todos, sem exceção, já dividiram o palco com Bob Dylan. Carolina Chocolate Drops abriu um único show em 2012; O Dawes fez uma mini-turnê no início de 2013; My Morning Jacket participou do festival itinerante AmericanaramA; Elvis Costello já dividiu o microfone no palco; e Mumford & Sons tocou com Bob no Grammy de 2011.
T-Bone Burnett já é outra histórica. Como já disse, é íntimo da família Dylan há um bom tempo.
The Basement Tapes
Apesar de ter sido lançado em 1975, as gravações de Basement Tapes datam de 8 anos antes. Neste período, Bob Dylan estava se recuperando do famoso acidente de moto em sua casa em Woodstock. Na mesma vizinha, o grupo que o acompanhava (e que se tornaria The Band) se instalou numa grande casa rosa (The Big Pink). Dylan passou a visitá-los durante alguns meses e a fazer gravações de covers, canções inéditas e algumas brincadeiras improvisadas.
Algumas fitas foram distribuídas para a gravação de artistas da época e logo entraram no mercado negro de bootlegs. Anos depois, no lançamento oficial de parte deste registro (que pode ser considerado o volume 0 do Bootleg Series), Dylan admitiu surpresa ao ficar sabendo que Basement Tapes estava vendendo bem. “Eu pensei que todo mundo ja o tivesse”, ele teria dito.
lembrando que muita coisa ficou de fora: Spanish is the loving tongue, four Strong winds, the royal canal, etc, etc. é o bootleg do bootleg
Bem lembrado, Jair! Os bootlegs dessa fase são melhores do que o Basement Tapes. A Tree With Roots, por exemplo, são 4 CDs, com várias versões da mesma música.
Cara, eu tenho essas maravilhas.
Guardadas como se fossem um tesouro.
Abraço.
Faz um punhado de tempo que eu não escuto uma música sequer do Bob Dylan. Quando penso que quero escutar, coloco o vinil (ainda), ponho a agulha e começa… 30 segundos depois eu tiro, e não escuto.
Essas tais de Bootlegs me fizeram lembrar disso.